Visita ao aeroporto de Lisboa para especificação do equipamento embarcado
No âmbito dos trabalhos de especificação do equipamento embarcado, que permita adaptar a plataforma XTRANTM aos objetivos do Projeto MPP e integrar o sensor de estrada (sensor espetral, com capacidade de deteção das características do lençol de água), a TECMIC deslocou-se ao Aeroporto Humberto Delgado de Lisboa para realizar o levantamento in situ das características dos veículos utilizados, por forma a integrar o sistema embarcado (Unidade XTRANTM + Sensor MARWIS + Consola HMI) na viatura disponibilizada, estudando os seus impactos no que será a solução final MPP.
De referir que os trabalhos foram realizados no atual contexto excecional de pandemia causada pelo vírus Covid-19, com as repercussões que foram verificadas no projeto.
Os parceiros do projeto, ANA – Aeroportos de Portugal, SA, INOV – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores Inovação e TECMIC – Tecnologias de Microeletrónica, SA, com o objetivo de minimizar os impactos provocados pela situação pandémica Covid-19, implementaram desde o início, e de forma imediata, as medidas e orientações emitidas pelas autoridades de saúde nacionais, bem como da Organização Mundial da Saúde, seguindo as melhores práticas nesta matéria.
Em face desta nova realidade, houve uma alteração das atividades planeadas executar no lado ar do Aeroporto Humberto Delgado, tendo como consequência algum atraso na execução do Projeto MPP.
Naturalmente que as medidas implementadas tiveram um impacto muito forte na circulação de elementos e acessos ao lado ar, onde se incluem as pistas, objeto do estudo do MPP, pese embora o registo de redução da operação no aeroporto.
Embora com os constrangimentos referidos, os trabalhos de medição e levantamento das características dos veículos e da sua utilização em pista foram completados pelas equipas do projeto.
No seguimento desta tarefa será realizada a calibração e interação do sensor com o sistema embarcado XTRANTM. Serão também estudadas as condições de instalação em viaturas e a problemática da distância ao solo. Os outputs dos estudos serão utilizados no desenvolvimento do hardware necessário para a integração na plataforma XTRANTM do sensor escolhido.
Dado que o consórcio dispõe de uma ampla experiência em sistemas de monitorização remota e sistemas embarcados, optou-se por escolher um sensor de estrada mais robusto com capacidade para efetuar a análise de alguns parâmetros relativamente às condições do pavimento da via. No MPP, este componente será um sensor de estrada IoT (Internet of Things) inteligente que permitirá de forma expedita recolher informação “pontual” do estado da via (ou da pista no caso da aviação) para além de recolher dados sobre outros parâmetros (e.g. temperatura, humidade e atrito, incluindo presença de gelo e neve, permitindo a sua utilização em locais com características meteorológicas distintas).
Com a execução desta tarefa, os dados do sensor serão integrados na plataforma XTRANTM ao qual serão adicionados metadados (e.g. georreferenciação da informação e o tempo – timestamp – associado). O sistema de transmissão GSM/GPRS será responsável pela transmissão dos dados para a plataforma central. Todo o processo de formatação dos dados adquiridos e a dificuldade da comunicação fiável será também trabalhado.
A utilização de um sensor de estrada baseado em tecnologia de espetroscopia ótica, instalado numa viatura, visa agilizar o procedimento de calibração do sensor LIDAR 3D (instalado num ponto de observação, em linha de vista para a zona de toque, ou colocado numa zona especifica, no caso de uma via rodoviária). Este procedimento de calibração aplica-se apenas para a funcionalidade de caracterização dos lençóis de água a realizar pelo sensor LIDAR 3D. Estima-se que este processo de calibração seja realizado esporadicamente, e tendo por base um planeamento rigoroso em articulação com os Serviços de Operações Aeroportuárias, bem como recorrendo ao sistema embarcado na viatura de apoio de forma a minimizar a duração deste processo, não se prevendo quaisquer constrangimentos de operação da pista do Aeroporto Humberto Delgado.
O projeto Monitorização Persistente de Pista (MPP), endereça uma solução inovadora de monitorização e análise do estado da pista (runway) em aeroportos, mesmo em condições meteorológicas adversas.
Na atividade, relativa à conceção e desenvolvimento da solução, hardware e código dos vários componentes, módulos, serviços e funcionalidades da solução, todos os desenvolvimentos serão acompanhados de revisão, alterações e melhorias face ao inicialmente previsto e especificado. Durante a fase de desenvolvimento, o teste de alguns módulos/funcionalidades requerem não só teste de laboratório, mas também testes de campo. Em resultado da situação pandémica, conforme anteriormente referido, estes tiveram obrigatoriamente de ser repensados e replaneados, tendo daí resultado um atraso na sua realização.
O desenvolvimento dos módulos de monitorização e análise de eventos na pista (varrimento 3D) em modo semiautomático, assenta na informação recolhida através de sensor laser 3D, disponibilizando de forma semiautomática as necessidades de deteção e caracterização: Deteção de deformação do piso; Deteção de FODs (Foreign Object Debris) e Deteção de água na pista.
Para além de todas as restrições no acesso ao lado ar do aeroporto, também a aquisição do equipamento LIDAR, utilizado para esta atividade, registou um forte atraso em resultado das restrições à circulação de materiais/equipamentos entre países, nomeadamente entre Portugal e Espanha, país origem do equipamento.
Desde o início da pandemia que as equipas da ANA, INOV e TECMIC têm conseguido adaptar-se às constantes alterações que se lhes deparam, obrigando-os a alterar processos e planeamentos, refletindo a agilidade e o empenho de todos os intervenientes, mas observando continuamente todas as regras de segurança estatuídas pela DGS e pela ANA, SA, mantendo e assegurando a boa direção do Projeto MPP.
Aos desafios decorrentes da situação pandémica em 2020, juntar-se-ão os de 2021. A recuperação do atraso verificado na execução de algumas atividades do Projeto MPP afigura-se ainda incerta, devido ao desconhecimento sobre a evolução da Covid-19. Mas seguir em frente é tão necessário quanto indispensável, para alcançar com sucesso os resultados do Projeto MPP.
Desta forma, realça-se que a equipa do Projeto MPP continua a trabalhar afincadamente, para fazer mais e melhor em todas as atividades: reveem-se e alteram-se planos, reajustando-se os trabalhos no aeroporto, procurando novas e inovadoras soluções, para fazer face aos constrangimentos decorrentes da situação pandémica.